Foto: RSantini
Não, não preciso dizer que esta é a eleição com o maior número de candidatos 'pelos animais' que já vi. Entre idealistas e picaretas, vários são os que aparecem no santinho de papel, ou eletrônico, abraçados a um cachorro. Claro, ninguém abraçaria um porco, uma cochonilha ou uma galinha. Iria provocar risos entre a patuleia, a mesma que é obrigada a apresentar documento e apertar uns botões em uma urna. Ganha um feriado, e assim se faz uma democracia, em tese.
O fato é que um expressivo número de franco-atiradores, digo, candidatos, descobriram o nicho 'animais' - e, obviamente, não falo do setor pecuarista, que já descobriu há muito o nicho 'animais', mas com um sabor diferente, digamos. Há ativistas, protetores/socorristas, vegetarianos e veganos que tornaram pública sua afinidade com os não-humanos na intenção de ganhar simpatia do eleitorado, essa massa disforme que muitas vezes age como lemingues, outras vezes como corais, búfalos ou formigas, e outras vezes como nenhuma das opções anteriores.
No Brasil é obrigatório votar, exceto as exceções, então quem está dentro da causa animal terá um leque de opções vinculadas a seu pensamento para saber em quem depositar seu voto. Este é um farsante? Aquele já fez projeto contra os animais, e agora vi no Facebook uma foto dele com cachorro? Aquela tem trajetória reconhecida na causa, esta é mais ou menos? Que todos tenhamos interesse em descobrir essas respostas, pois serão quatro anos, desdobráveis em outros, com alguém ajudando na defesa, ou ajudando a dinamitar nossas já frágeis estruturas de defesa dos animais não-humanos.
O 'candidato conversinha'.
Quer dizer, é necessário dar uma peneirada geral, uma pesquisada básica - Google não tem taxímetro - e mesmo o diálogo com outros interessados, para não dar um voto a um oportunista 'dos bichinhos' e, ao mesmo tempo, deixar de votar em alguém que tem o culhão necessário para adentrar na política, sabendo que lá dentro a briga é de foice afiada.
Porque também não podemos cair no mantra boca-suja de dizer 'odeio política'. Quem odeia política deve se mudar para a Lua ou para Marte, pois mesmo no meio do mato a política lhe alcançará no dia a dia. Política não é o horário eleitoral na televisão, como já ouvi de alguns eternos desinformados. Não podemos ser ingênuos. O que vestimos, por onde andamos, nossas 'escolhas', dinheiro, saúde, segurança, calçada suja, carroça, 'tadinhas das crianças passando fome', etc, tudo está debaixo desse guarda-chuva chamado política. Que não se resume 'àquela roubalheira lá em Brasília', nem em 'odeio PT' ou 'odeio quem odeia o PT'.
Não podemos ser tão simplórios na maneira de ver, pois há quem realmente faz, fez e/ou fará ações dignas em prol dos animais, quais sejam. Ainda há muito o que fazer, e parece até clichê dizer que é o povo quem escolhe seus líderes - embora às vezes o cenário político pareça uma novela, que conta conosco como meros telespectadores. Ressalto, pois ouço gente dizer que está farto da política, como se fosse um corpo vivo à parte, e não um acordo entre todos. Se há problemas, revejamos esse acordo, ou pensemos porque a maioria tende à apatia moral, à bundamolice ideológica, ao conformismo de quem se abstém de ajudar a preparar o bolo que, lá adiante, terá que comer, também.
O voto pelas minorias humanas tem se solidificado no Legislativo. Falta agora botar, lá dentro, gente raçuda que vai afiar sua foice em prol dos animais. Mas os animais não têm título eleitoral, ainda que submissos, também, aos ditames da política. Você vai votar por eles, ou contra?
31 de agosto de 2014
Elite da Tropa: a palavra ainda choca mais que a imagem
Quem viu o filme 'Tropa de Elite' acompanhou um fiapo do livro 'Elite da Tropa', escrito pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares e pelos ex-Bope André Batista e Rodrigo Pimentel. Se o filme é pesado, o livro é brutal, chocante e, às vezes, revoltante. Violência desmedida, crueldade, violações de direitos humanos, represálias, abuso de poder, morte de animais, tráfico de influências, corrupção e banalização da morte. Foi das obras que eu mais rapidamente devorei, mesmo desconfortável com muitas das passagens nele contidas, e torcendo para não chegar nunca ao final. Esqueça o maniqueísmo mocinho-bandido, seja qual for o lado. É uma realidade repulsiva e que co-habita com o dia a dia do restante da sociedade, que muitas ezes nem imagina o que se passa nos quartéis, nos morros, e nas salas fechadas do crime e da polícia.
Esta à venda em nossa eshop um exemplar novo, edição grande da Objetivas, 318 paginas, ótimo estado de conservação, com frete grátis para todo o Brasil, em http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-585035524-elite-da-tropa-bope-policia-trafico-crime-novo-frete-gratis-_JM.
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29 de agosto de 2014
'Cream cheese' vegano ainda está em desenvolvimento
Esta saborosa pizza traz o 'cream cheese' totalmente vegetal que desenvolvo. Ainda está em fase de testes. De resto, usei champignon, milho, cebola, chia, molho de tomate e orégano. Ainda falta melhorar o simulacro de queijo. Tenho usado levedura de cerveja, batata, soja e especiarias, mas o ponto certo está longe de ser encontrado. A linhaça já fez 'puxa-puxa', mas parece não fazer mais diferença. Quanto ao sabor, está quase lá.
Da série 'Poesia em metro':
POSTE
eu só peço salvação, se não for incômodo
ou eu me mudo para outro cômodo da mesma casa
e aí crio asas e vôo
creio que posso planar, se subir bem alto (como num sonho)
impulsionado por um foguete ou por um salto
eu só peço caridade, se não for desfeita
ou eu me mudo para outra cidade onde haja a mesma rua, mesma casa, o mesmo poste
creio que posso cultivar lírios de cemitério
na matéria fértil do meu cérebro
eu só peço paz & amor, se não for antiquado
creio que posso imitar um poste
tipo ficar parado
(na esquina dessas ruas que eu não consigo atravessar)
sem ninguém me notar
basta cruzar os dedos ou criar asas, ou subir bem alto
ou dar um salto.
eu só peço salvação, se não for incômodo
ou eu me mudo para outro cômodo da mesma casa
e aí crio asas e vôo
creio que posso planar, se subir bem alto (como num sonho)
impulsionado por um foguete ou por um salto
eu só peço caridade, se não for desfeita
ou eu me mudo para outra cidade onde haja a mesma rua, mesma casa, o mesmo poste
creio que posso cultivar lírios de cemitério
na matéria fértil do meu cérebro
eu só peço paz & amor, se não for antiquado
creio que posso imitar um poste
tipo ficar parado
(na esquina dessas ruas que eu não consigo atravessar)
sem ninguém me notar
basta cruzar os dedos ou criar asas, ou subir bem alto
ou dar um salto.
26 de agosto de 2014
Um jardim suspenso em meio ao concreto
Este belo jardim, que lembra até um pequeno campo de golfe, é nada menos que o teto da loja C&A, na Andradas. Quem passa em frente ao estabelecimento nem imagina que, logo acima, um oásis respira em meio ao brutal concreto de dezenas de edifícios, colados um no outro. Silenciosamente, um jardineiro se dedica a seu ofício, alheio às centas de janelas de escritórios que o rodeiam.
O medo das ideias que ainda não são aceitas na sala de estar
Haja paciência para ouvir comentários-carimbo como 'o fulano é vegano mas não é chato, não tenta converter os outros'. Já existe a ideia de que andam os veganos no modo 'Seita Moon on', abordando estranhos no ônibus e sem fechar a matraca. Se bem que a ideia parece interessante.
E exige-se um mutismo em relação ao que se acredita, como se quem escova os dentes não pudesse avisar/reclamar/apontar/queixar-se de quem está com mau hálito. Devemos todos ser veganos pela anulação de si, em silêncio obsequioso e caminhando sem fazer barulho, para não incomodar os vizinhos? Devemos primar pela posição de abster-se, e não de acender pavios no pensamento de quem está próximo? Devemos 'respeitar para sermos respeitados', uma frase que já veio com defeito de fábrica mas ninguém reclama, nem se dá o trabalho de ler as instruções - vamos respeitar o errado, o equivocado, o atrapalhado, o mal intencionado, o sádico, o duas-caras, o desinformado, o ignorante, o inculto, o voluntário no erro - somente para ganharmos o card mágico 'Parabéns, agora você pode ser respeitado também'?
Como se a humildade, submissão e conformismo de joelhos fosse algo tão louvável que seria bom que os outros tivessem - não eu.
Historicamente, o que foi regra foi pisoteado tempos depois, o que era proibido virou norma, o que era oba-oba passou a ser crime. E ninguém contesta isso, nem tem saudosismo das cavernas, da Idade Média ou das épocas que escravos eram patrimônio. Mas falar 'veganis…' perto de algumas pessoas resulta em uma reação de olhos arregalados - metaforicamente falando, geralmente - e de espanto ao apanharem-se tão próximas de alguém subversivo, que luta pela implantação de direitos que não os seus, vejam só. Já ouvi contestações de que a ingestão de carne e derivados dos animais jamais poderá ser proibida por decreto.
Como se os decretos - agora genericamente falando, ok? - não tivessem encerrado a existência legal de tanta coisa nefasta que hoje qualquer um acha um absurdo. Que qualquer pessoa de bom senso se pergunta como foi possível tolerar, aceitar enquanto se assobiava, outorgar eticamente e lavrar em documentos. Esse 'decreto' que muitos temem nada mais é que o desenrolar do tapete da história, e a ponta do chicote vai estalar somente nos desavisados, nos que creem nos conselhos de comadre e acham que 'como está, fica'.
Dá para se deliciar com o leve desespero de quem desdenha dos direitos animais, assegurado que está no conceito de que chegamos a um último estágio, e mudanças significativas foram as que ocorreram no passado. Não agora. Sem ver que as ideias rastejam pelos rodapés da casa até serem aceitas na sala de estar.
E exige-se um mutismo em relação ao que se acredita, como se quem escova os dentes não pudesse avisar/reclamar/apontar/queixar-se de quem está com mau hálito. Devemos todos ser veganos pela anulação de si, em silêncio obsequioso e caminhando sem fazer barulho, para não incomodar os vizinhos? Devemos primar pela posição de abster-se, e não de acender pavios no pensamento de quem está próximo? Devemos 'respeitar para sermos respeitados', uma frase que já veio com defeito de fábrica mas ninguém reclama, nem se dá o trabalho de ler as instruções - vamos respeitar o errado, o equivocado, o atrapalhado, o mal intencionado, o sádico, o duas-caras, o desinformado, o ignorante, o inculto, o voluntário no erro - somente para ganharmos o card mágico 'Parabéns, agora você pode ser respeitado também'?
Como se a humildade, submissão e conformismo de joelhos fosse algo tão louvável que seria bom que os outros tivessem - não eu.
Historicamente, o que foi regra foi pisoteado tempos depois, o que era proibido virou norma, o que era oba-oba passou a ser crime. E ninguém contesta isso, nem tem saudosismo das cavernas, da Idade Média ou das épocas que escravos eram patrimônio. Mas falar 'veganis…' perto de algumas pessoas resulta em uma reação de olhos arregalados - metaforicamente falando, geralmente - e de espanto ao apanharem-se tão próximas de alguém subversivo, que luta pela implantação de direitos que não os seus, vejam só. Já ouvi contestações de que a ingestão de carne e derivados dos animais jamais poderá ser proibida por decreto.
Como se os decretos - agora genericamente falando, ok? - não tivessem encerrado a existência legal de tanta coisa nefasta que hoje qualquer um acha um absurdo. Que qualquer pessoa de bom senso se pergunta como foi possível tolerar, aceitar enquanto se assobiava, outorgar eticamente e lavrar em documentos. Esse 'decreto' que muitos temem nada mais é que o desenrolar do tapete da história, e a ponta do chicote vai estalar somente nos desavisados, nos que creem nos conselhos de comadre e acham que 'como está, fica'.
Dá para se deliciar com o leve desespero de quem desdenha dos direitos animais, assegurado que está no conceito de que chegamos a um último estágio, e mudanças significativas foram as que ocorreram no passado. Não agora. Sem ver que as ideias rastejam pelos rodapés da casa até serem aceitas na sala de estar.
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Os chafarizes e o medo do banho gelado
Na tarde desta terça-feira, 26, estavam em funcionamento os chafarizes múltiplos do Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público. O frio intenso, quase chegando aos dez graus, somado ao vento forte, afastava os transeuntes, temerosos até de eventuais respingos d'água.
"Reclamar com o prefeito, que ele está desperdiçando água", resmungou uma senhora, para a amiga.
"Reclamar com o prefeito, que ele está desperdiçando água", resmungou uma senhora, para a amiga.
24 de agosto de 2014
A solução para os veganos lavarem roupa?
Bolinha Mágica está lavando roupas com a mesma qualidade que o sabão em pó
Uma das muitas questões do cotidiano de um vegano é a lavagem de roupas. Achar um sabão adequado, decifrar seu rótulo, pesquisar os ingredientes, descobrir se a empresa testa em animais - o de praxe para quem optou por não mais explorar os animais não-humanos. Eis que recentemente aparecem alternativas que substituem em definitivo o sabão em pó, barra ou líquido para a lavagem de roupas, e que ainda não geram poluentes e poupam centenas de reais, de uma hora para outra. Testei uma das 'bolinhas mágicas' ou 'ecobolas, até o momento com pleno sucesso. As roupas ficam com o mesmo aspecto da lavagem tradicional, porém sem perfume. O fabricante garante três anos de utilização até que as tais pedras de cerâmica ionizadas percam a eficácia, um longo período - faça as contas da economia em supermercado. Se você também está migrando para uma vida frugal, faça as contas de quanto se poupa em sabão em pó. Persistindo a situação, será uma grande avanço prático na substituição dos produtos industrializados, com seus ingredientes e testes, para o dia a dia dos veganos. O site do produto em questão é superbolinha.com.br.
Bastar jogar a bola dentro da máquina de lavar, que a 'magica' funciona
Uma das muitas questões do cotidiano de um vegano é a lavagem de roupas. Achar um sabão adequado, decifrar seu rótulo, pesquisar os ingredientes, descobrir se a empresa testa em animais - o de praxe para quem optou por não mais explorar os animais não-humanos. Eis que recentemente aparecem alternativas que substituem em definitivo o sabão em pó, barra ou líquido para a lavagem de roupas, e que ainda não geram poluentes e poupam centenas de reais, de uma hora para outra. Testei uma das 'bolinhas mágicas' ou 'ecobolas, até o momento com pleno sucesso. As roupas ficam com o mesmo aspecto da lavagem tradicional, porém sem perfume. O fabricante garante três anos de utilização até que as tais pedras de cerâmica ionizadas percam a eficácia, um longo período - faça as contas da economia em supermercado. Se você também está migrando para uma vida frugal, faça as contas de quanto se poupa em sabão em pó. Persistindo a situação, será uma grande avanço prático na substituição dos produtos industrializados, com seus ingredientes e testes, para o dia a dia dos veganos. O site do produto em questão é superbolinha.com.br.
Bastar jogar a bola dentro da máquina de lavar, que a 'magica' funciona
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O varredor de toda Porto Alegre
Este folclórico senhor, há anos, varre as ruas de Porto Alegre. Passou muito tempo na Goethe, perto do Parcão, trabalhando com sua vassoura junto ao canteiro central, um serviço voluntário e que nunca termina. Depois, podia ser visto na Mauá, em meio ao trânsito infernal, com sua vassoura velha, limpando a via, indiferente aos veículos e à fumaça preta do óleo diesel. Fiquei anos sem vê-lo, e achei que havia falecido ou que tivesse sido internado em alguma instituição. No último final de semana, revi-o novamente, desta vez na João Telles, perto da Independência, empunhando sua espada-vassoura. Caberia um documentário sobre esse solitário homem e sua missão de varrer a Capital.
22 de agosto de 2014
Um quarto de século sem Raul Seixas
Em 21 de agosto de 1989, há exatos 25 anos, morria Raul Seixas. Lembro que chorei quando recebi a notícia, e meu pai desdenhou. Eu tinha 15 anos e do meu toca-discos não saíam 'A Pedra do Gênesis', último disco solo, sem contar aquele com Marcelo Nova, que só fui ouvir recentemente, e uma coletânea chamada 'Caminhos'. Meses antes, Raulzito e Marceleza haviam feito show aqui em Porto Alegre, mas optei por não ir porque já sabia da péssima condição do maluco beleza. Nunca gostei de ver meus ídolos envelhecidos-capotados-decadentes, sempre tive problema com isso.
Coincidentemente, ando em uma fase de audição de toda a discografia de Raul Seixas, até piratas e raridades. O que acabou me fazendo ver dois filmes relacionados - 'Não Pare Na Pista - A melhor viagem de Paulo Coelho' e 'Raul Seixas - O início, o fim e o meio'. Bons filmes, ainda mais para quem é fã.
E aí fui me dar conta da fatídica data, um quarto de século de morte. Complicado rever - nos filmes citados - um Raul Seixas no auge da criatividade, da provocação, e depois ter que vê-lo como farrapo humano. A sequência no documentário que mostra sua última funcionária/namorada refazendo o caminho que ele fez na última noite de vida, chegando em seu prédio sem conseguir andar, ajudado pelo porteiro, é de fazer o Rambo chorar. Resta a obra, com brilhantes canções, outras não, mas com uma média muito alta de qualidade, coisa rara nas últimas décadas. Encerro com um trecho pouco conhecido, retirado de 'Areia da ampulheta', faixa do citado disco 'A Pedra do Gênesis'.
"Eu sou a areia da ampulheta / O lado mais leve da balança / O ignorante cultivado / O cão raivoso inconsciente / O boi diário servido em pratos / O pivete encurralado / Eu sou a areia da ampulheta".
Coincidentemente, ando em uma fase de audição de toda a discografia de Raul Seixas, até piratas e raridades. O que acabou me fazendo ver dois filmes relacionados - 'Não Pare Na Pista - A melhor viagem de Paulo Coelho' e 'Raul Seixas - O início, o fim e o meio'. Bons filmes, ainda mais para quem é fã.
E aí fui me dar conta da fatídica data, um quarto de século de morte. Complicado rever - nos filmes citados - um Raul Seixas no auge da criatividade, da provocação, e depois ter que vê-lo como farrapo humano. A sequência no documentário que mostra sua última funcionária/namorada refazendo o caminho que ele fez na última noite de vida, chegando em seu prédio sem conseguir andar, ajudado pelo porteiro, é de fazer o Rambo chorar. Resta a obra, com brilhantes canções, outras não, mas com uma média muito alta de qualidade, coisa rara nas últimas décadas. Encerro com um trecho pouco conhecido, retirado de 'Areia da ampulheta', faixa do citado disco 'A Pedra do Gênesis'.
"Eu sou a areia da ampulheta / O lado mais leve da balança / O ignorante cultivado / O cão raivoso inconsciente / O boi diário servido em pratos / O pivete encurralado / Eu sou a areia da ampulheta".
21 de agosto de 2014
Pizzas veganas que impressionam as visitas
Nada como uma boa pizza, quentinha e crocante. Os veganos têm uma infinidade de opções rápidas, baratas e deliciosas. Quando não se topa fazer a massa, basta procurar massas pré-prontas sem ingredientes de origem animal - a da foto é marca Romena, que custa menos de R$ 3. O 'catupiry' que faço é uma espécie de cream cheese, ainda sendo desenvolvido - leva leita de soja, azeite, vinage, batata, levedura de cerveja e linhaça. Na cobertura, cebola com azeitona, e champignon com milho, tudo coberto com orégano e chia. O toque final é um molho bolonhesa feito com PVT, refogado de tomate, alho e curry. As visitas saem satisfeitas e impressionadas.
Animais silvestres sobrevivendo como podem
Dias atrás, um enorme urubu foi visto em plena avenia Nilo Peçanha, próximo à Carlos Gomes. A ave pousara em um dos últimos andares de um grande e chique prédio, alheio ao turbilhão automobilístico de praxe. O local parecia estar - ainda - vazio, pois temi que alguém abrisse uma janela, já com um pedaçõ de pau na mão. Não era possível enxergar a existência de ninho. Os animais silvestres, sobreviventes da louca expansão das cidades, têm que se virar como podem.
Da série 'Vida frugal'
Na foto, alface, couve, alho, banana, maçã, shoyu sem glutamato monossódico, cebola - R$ 1 cada pacote, sushi vegano e pãezinhos chineses
Um dos primeiros passos para se migrar para uma vida frugal é reduzir progressivamente a ditadura do supermercado. A 'facilidade' que esses locais oferecem é convertida em preços desnecessariamente mais altos. Uma das saídas é procurar pelas feiras modelos, cujos horários e endereços estão no site da Smic. Bons produtos, ambiente acolhedor para se fazer novas amizades, oportunidade para se dar uma caminhada e preços irrisórios. Com o valor de uma ida rápida ao supermercado, é possível comprar na feira mantimentos para vários dias - até porque os legumes de lá têm alta durabilidade, ao contrários daqueles do super. É mais uma das evoluções dentro do veganismo, questionando o sistema e permitindo, sem dificuldades, viver melhor e trabalhando menos para poder pagar o 'a mais'.
Um dos primeiros passos para se migrar para uma vida frugal é reduzir progressivamente a ditadura do supermercado. A 'facilidade' que esses locais oferecem é convertida em preços desnecessariamente mais altos. Uma das saídas é procurar pelas feiras modelos, cujos horários e endereços estão no site da Smic. Bons produtos, ambiente acolhedor para se fazer novas amizades, oportunidade para se dar uma caminhada e preços irrisórios. Com o valor de uma ida rápida ao supermercado, é possível comprar na feira mantimentos para vários dias - até porque os legumes de lá têm alta durabilidade, ao contrários daqueles do super. É mais uma das evoluções dentro do veganismo, questionando o sistema e permitindo, sem dificuldades, viver melhor e trabalhando menos para poder pagar o 'a mais'.
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20 de agosto de 2014
Dos cachorrinhos de madame ou 'Um puxão na Condessa'
Então se convencionou que este animalzinho aqui, mas este aqui, ó, vai emocionar a todos nós com sua fofura fotogênica. Vamos todos emoldurar sua foto, compartilhar nas redes sociais, e ensinar às crianças o valor do amor aos animais – apontando-se para a imagem deste animalzinho aqui, ó. Para ficar bem claro. Haverá quem diga ‘parece gente, né?’, e ‘até faz parte da família’. Apontando para o animalzinho em questão, fofo, fotogênico e, vá lá, com melhor sorte que outros. Está valendo o quanto custou, pensa o pai que passou o cartão na hora da compra.
Claro que vejo meus vizinhos arrastando seus animaizinhos-fofos-da-família-que-parecem-gente-né pela calçada enquanto esses ainda estão tentando fazer cocô. “Vamos, Condessa!”, bradou esses dias uma vizinha sessentona, enquanto puxava seu animalzinho favorito, que ousava – vejam só o disparate! – dar uma cheirada protocolar maior que o instante suportado por sua ‘dona’. Tudo isso em um passeio matinal na calçada, com aquela paradinha obrigatória em cada gramado, árvore ou canto carimbado por si ou similares, em rondas anteriores. O amor à Condessa convertera-se em uma coleira-peiteira que permitia sua, digamos, proprietária, dar os puxões necessários para que a distração não durasse mais que o instante permitido. É necessário apurar, para chegar logo em casa e ligar a televisão ou postar imagens bonitas no ‘cara-livro’.
Não preciso dizer que, ao me ver vindo pelo mesmo passeio público, o puxão na Condessa foi especialmente vigoroso. Nunca entendi bem o porquê dessa tutela reativa que inclui um safanão bem dado cada vez que uma outra pessoa – estranha, talvez, como presumo que eu seja – se aproxime ou cruze pela mesma calçada. Alguns chegam a levantar o animalzinho pela coleira mesmo, embora eu lembre de só ter brincado de ‘forca’ com caneta e papel, até hoje.
Mas é como aquelas mães que estão sempre ralhando – …ah, esperei alguns anos para poder usar este verbo… – com o filho pequeno. ‘Para, João Felipe’, ‘larga isso, Cauã’, ‘já falei para não mexer nisso, Maria Cristina, tu vai ver quando o teu pai voltar’. A impaciência rivotrílica é bastante similar: talvez apenas a sacudida extra seja guardada para a privacidade e inviolabilidade do lar, para não ficar chato na frente do porteiro ou dar dor-de-cabeça com o Conselho Tutelar. Enfim.
O animalzinho que ora observamos, sortudo até, no comparativo da tabela, preenche como massa de parede aqueles visíveis buracos da meia-idade, da síndrome do ninho vazio, da viuvez, da falta de assunto entre cônjuges, da aporrinhação familiar “e da solidão das pessoas / dessas capitais”, como canta Belchior. Não todos, mas vejo o que vejo, e anoto aqui para fins de registro no caderno da vida. Ponto.
Um dia é dia de apanhar de jornal enrolado, outro é de ficar no Sol, outro é de ficar alguns dias no box do banheiro, ou esperando o resto da família voltar da praia, dias depois, outro dia é de espera, olhando pela janela. E às vezes a doença que chega no virar do calendário, a velhice, ou ambas de mãos dadas, caminhando com passos inicialmente miúdos, mudam a rota do animalzinho-fofo e lhe proporcionam – se não o apoio, o tratamento e o acolhimento misericordioso na hora do aperto final – a condição de presente para a faxineira, junto com umas roupas ‘que não servem mais em ninguém. Pode levar, Dona Fulana’.
Uma vida batida no martelo dos instantes, na gangorra do humor, na concessão de espaço, de comida, de cama quente. Ou castigo.
Publicado originalmente na ANDA.
Claro que vejo meus vizinhos arrastando seus animaizinhos-fofos-da-família-que-parecem-gente-né pela calçada enquanto esses ainda estão tentando fazer cocô. “Vamos, Condessa!”, bradou esses dias uma vizinha sessentona, enquanto puxava seu animalzinho favorito, que ousava – vejam só o disparate! – dar uma cheirada protocolar maior que o instante suportado por sua ‘dona’. Tudo isso em um passeio matinal na calçada, com aquela paradinha obrigatória em cada gramado, árvore ou canto carimbado por si ou similares, em rondas anteriores. O amor à Condessa convertera-se em uma coleira-peiteira que permitia sua, digamos, proprietária, dar os puxões necessários para que a distração não durasse mais que o instante permitido. É necessário apurar, para chegar logo em casa e ligar a televisão ou postar imagens bonitas no ‘cara-livro’.
Não preciso dizer que, ao me ver vindo pelo mesmo passeio público, o puxão na Condessa foi especialmente vigoroso. Nunca entendi bem o porquê dessa tutela reativa que inclui um safanão bem dado cada vez que uma outra pessoa – estranha, talvez, como presumo que eu seja – se aproxime ou cruze pela mesma calçada. Alguns chegam a levantar o animalzinho pela coleira mesmo, embora eu lembre de só ter brincado de ‘forca’ com caneta e papel, até hoje.
Mas é como aquelas mães que estão sempre ralhando – …ah, esperei alguns anos para poder usar este verbo… – com o filho pequeno. ‘Para, João Felipe’, ‘larga isso, Cauã’, ‘já falei para não mexer nisso, Maria Cristina, tu vai ver quando o teu pai voltar’. A impaciência rivotrílica é bastante similar: talvez apenas a sacudida extra seja guardada para a privacidade e inviolabilidade do lar, para não ficar chato na frente do porteiro ou dar dor-de-cabeça com o Conselho Tutelar. Enfim.
O animalzinho que ora observamos, sortudo até, no comparativo da tabela, preenche como massa de parede aqueles visíveis buracos da meia-idade, da síndrome do ninho vazio, da viuvez, da falta de assunto entre cônjuges, da aporrinhação familiar “e da solidão das pessoas / dessas capitais”, como canta Belchior. Não todos, mas vejo o que vejo, e anoto aqui para fins de registro no caderno da vida. Ponto.
Um dia é dia de apanhar de jornal enrolado, outro é de ficar no Sol, outro é de ficar alguns dias no box do banheiro, ou esperando o resto da família voltar da praia, dias depois, outro dia é de espera, olhando pela janela. E às vezes a doença que chega no virar do calendário, a velhice, ou ambas de mãos dadas, caminhando com passos inicialmente miúdos, mudam a rota do animalzinho-fofo e lhe proporcionam – se não o apoio, o tratamento e o acolhimento misericordioso na hora do aperto final – a condição de presente para a faxineira, junto com umas roupas ‘que não servem mais em ninguém. Pode levar, Dona Fulana’.
Uma vida batida no martelo dos instantes, na gangorra do humor, na concessão de espaço, de comida, de cama quente. Ou castigo.
Publicado originalmente na ANDA.
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18 de agosto de 2014
Mais uma opção para veganos e vegetarianos em Porto Alegre
Grata surpresa foi ver a nova placa do restaurante Ojas, na Independência, quase esquina com a rua Garibaldi. Antigamente o local abrigava uma padaria, que há algum tempo deu lugar a um restaurante. Porém, só hoje percebemos as placas no horário de almoço. São pratos vegetarianos, com algumas opções para veganos.
Caixa vira protesto no Centro
Nesta segunda-feira, na Rua da Praia, uma manifestação inusitada. Alguém pintou uma caixa de papelão com dizeres sobre plebiscito, nas quatro laterais, e prendeu em cima de um orelhão. Atraiu olhares e descontraiu um pouco, pelo curioso, o rígido ritmo de formigueiro da Andradas.
Casa Oriental: tradição e boas indicações para veganos
O restaurante chinês Casa Oriental é um dos mais tradicionais vegetarianos de Porto Alegre, tendo diversas opções para veganos. Como é de praxe nos chineses veg, o sistema é de buffet, farto e que funciona até mais tarde - eu mesmo já almocei lá depois das 15h. A dica para veganos é o macarrão com legumes, pastel de milho e tomate, banana frita, vagem refogada com tofu defumado e pãozinho chinês. Atenção para pratos como a soja agridoce, que leva manteiga. O Casa Oriental fica na rua Felipe Camarão, quase esquina com Independência, e funciona de segunda a sábado.
16 de agosto de 2014
Porralouquice marca 'Não Pare na Pista - A melhor história de Paulo Coelho'
Confesso que nunca li nenhum livro de Paulo Coelho. Gosto muito de Raul Seixas, e por acaso estou re-ouvindo sua discografia inteira, incluindo raridades como 'O Rebu', trilha de novela composta pela então dupla Seixas/Coelho. Obviamente, da melhor fase do maluco beleza. Fora disso, jamais abri 'Diário de um mago', 'O alquimista' e tantos outros que até passaram pelas minhas mãos, ou me foram recomendados. Ponto, nova linha.
Estreou no dia 14 'Não Pare na Pista - A melhor história de Paulo Coelho', cinebiografia escrita por Carolina Kotscho - de '2 Filhos de Francisco' - a partir de depoimentos colhidos com o escritor, e dirigida por Daniel Augusto - de 'Amazônia Desconhecida'. Em quase duas horas, a história vai em três eixos, a começar pelo adolescente Paulo, internado por duas vezes pelos próprios pais em hospícios, entre outros percalços. O segundo é o Paulo Coelho da fase Raul Seixas, barba, cabelo comprido, rock, drogas, ocultismo, sexo e porralouquice. O terceiro é o autor em 2013, consagrado, no topo do mundo, inadvertidamente repetindo o caminho de Santiago de Compostela, após se perder na Espanha, indo para uma festa em sua homenagem. Excelentes interpretações, trilha sonora de primeira, de dar vontade de bater palma junto, e aquela sensação de triunfo, do jovem incompreendido pelos pais que se torna "o autor vivo mais traduzido que Shakespeare", como dizem os créditos finais. Confesso que fiquei com vontade de ler sua revista do começo dos anos 70, chamada '2001'. E algum de seus livros.
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Tente Outra Vez
Lançado o jornal Nossa Saúde
Ao centro, editor faz um breve relato do nascimento do jornal
Na tarde deste sábado, 16 de agosto, o Museu de Comunicção Hipólito José da Costa foi palco para o lançamento do mensário Nossa Saúde, da editora Conceito. O veículo traz matérias e colunas sobre medicina preventiva, envelhecimento, psicologia, odontologia, alimentação saudável, homeopatia, saúde dos animias de estimação e cultura, com distribuição gratuita. A iniciativa foi do jornalista Cezar Rodrigues e do professor de Português e advogado Landro Oviedo, que fizeram os principais pronunciamentos durante o evento. A programação encerrou com apresentação de música gaúcha e coquetel de confraternização. Contatos podem ser feitos através do editoraconceito.com.br.
Na tarde deste sábado, 16 de agosto, o Museu de Comunicção Hipólito José da Costa foi palco para o lançamento do mensário Nossa Saúde, da editora Conceito. O veículo traz matérias e colunas sobre medicina preventiva, envelhecimento, psicologia, odontologia, alimentação saudável, homeopatia, saúde dos animias de estimação e cultura, com distribuição gratuita. A iniciativa foi do jornalista Cezar Rodrigues e do professor de Português e advogado Landro Oviedo, que fizeram os principais pronunciamentos durante o evento. A programação encerrou com apresentação de música gaúcha e coquetel de confraternização. Contatos podem ser feitos através do editoraconceito.com.br.
O desvendar de Gotto
Inaugurou nesta semana a exposição de escultoras de Mauri V. Menegotto. Nascido em Bento Gonçalves - cidade vizinha à minha cidade-natal, Veranópolis - e dedicado às formas em pedra e madeira, apresenta um sensível olhar sobre a forma humana. Muitas peças lembram a arte pré-histórica, com suas formas sutis e cruas, resultado de um pensar. "Minha ambição através da escultura é desvendar o mistério e o fascínio que é o surgimento da vida e da jornada humana", explica o artista. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta, das 8h30min às 18h, até 12 de setembro. O local é o Memorial do Ministério Público, junto à Praça da Matriz, belo casarão com um formidável porão, cuja beleza concorre com as próprias exposições que abriga. Vale a visita para o apreciador de Arquitetura.
Da série 'Poesia em metro'
FÉRIAS NUM TRAILLER
Só sei que quando abro a janela e o vento me acorda
sinto vergonha por ter adormecido
Mantive longe os parentes
só mandei os presentes e trouxe a TV comigo
Só sei que ficar sozinho & enlatado parece clausura
parece tortura, parece contigo
parece que sim
Chove, mas eu fico seco
lá fora, mas eu fico dentro
parece que o ponto que eu piso é o núcleo, o centro
Dias e dias parado, só o pulso trabalha
marca os segundos até morrer
marquei contigo mas não posso ir
Estou crucificado aqui no assoalho
t-shirt básica como mortalha.
Só sei que quando abro a janela e o vento me acorda
sinto vergonha por ter adormecido
Mantive longe os parentes
só mandei os presentes e trouxe a TV comigo
Só sei que ficar sozinho & enlatado parece clausura
parece tortura, parece contigo
parece que sim
Chove, mas eu fico seco
lá fora, mas eu fico dentro
parece que o ponto que eu piso é o núcleo, o centro
Dias e dias parado, só o pulso trabalha
marca os segundos até morrer
marquei contigo mas não posso ir
Estou crucificado aqui no assoalho
t-shirt básica como mortalha.
14 de agosto de 2014
ONG realiza brechó beneficente neste sábado e domingo
O gato Urim sempre fiscaliza o evento
A tradicional ONG Bichos & Amigos promove neste final de semana, 16 e 17 de agosto, sábado e domingo das 14h às 17h, mais uma edição de seu brechó beneficente para levantar fundos e quitar dívidas. Os visitantes também poderão fazer doação de ração, o que é muito bem-vindo.
O evento acontece na rua Coronel Feijó, 33, esquina com Assis Brasil, quase em frente ao Bourbon Assis Brasil, parada Coronel Feijó do corredor de ônibus. À venda, roupas, livros, bijouteria, discos, sapatos e objetos - tudo em bom estado, a preços módicos. A entidade é responsável por abrigo, manutenção e cuidados veterinários de mais de 150 cães e gatos vítimas do abandono. Mais informações podem ser obtidas pelo 51-8461-5077, bichoseamigos@bichoseamigos.org.br ou no Facebook. Os animais agradecem.
A tradicional ONG Bichos & Amigos promove neste final de semana, 16 e 17 de agosto, sábado e domingo das 14h às 17h, mais uma edição de seu brechó beneficente para levantar fundos e quitar dívidas. Os visitantes também poderão fazer doação de ração, o que é muito bem-vindo.
O evento acontece na rua Coronel Feijó, 33, esquina com Assis Brasil, quase em frente ao Bourbon Assis Brasil, parada Coronel Feijó do corredor de ônibus. À venda, roupas, livros, bijouteria, discos, sapatos e objetos - tudo em bom estado, a preços módicos. A entidade é responsável por abrigo, manutenção e cuidados veterinários de mais de 150 cães e gatos vítimas do abandono. Mais informações podem ser obtidas pelo 51-8461-5077, bichoseamigos@bichoseamigos.org.br ou no Facebook. Os animais agradecem.
13 de agosto de 2014
Da série 'O buraco que se recusa a ir embora'
Novas obras tentam resolver o problema de um dos buracos insistentes na rua Freire Alemão, bairro Auxiliadora / Montserrat. O ponto fica entre a Eudoro Berlink e Fabrício Pillar, e há décadas é acompanhado por moradores e por quem transita pelo local, conforme noticiado por este blog em http://diretodeportoalegre.blogspot.com.br/2014/08/o-buraco-que-se-recusa-ir-embora.html. Nesta terça-feira, 12, uma equipe trabalhava no local, que estava com uma considerável profundidade.
Direto de Porto Alegre é notícia
O lançamento do blog Direto de Porto Alegre foi noticiado em dois improtantes sites do Rio Grande do Sul, Coletiva.net e De Olhos e Ouvidos, do jornalista e escritor Olides Canton. Registre-se nosso agradecimento, extendido às pessoas que estão divulgando nas redes sociais.
De Taiwan para as feiras de Porto Alegre
Nas feiras-modelo de terça e sábado, no Largo Zumbi dos Palmares e rua Irmão José Otão / Vasco da Gama, respectivamente, a dica para veganos é a 'banca de Taiwan'. Dois simpátcios orientais, Cintia e Hilário, vendem especiarias, produtos naturais e comida chinesa. A base dos produtos é vegetariana, mas os veganos têm deliciosas opções, como o 'rolão' primavera, que se assemalha ao rolinho primavera dos restaurantes chineses, mas é do tamanho de uma panqueca, e não é frito. O mais procurado é o pãozinho chinês, recheado com legumes e gengibre, vendido em sacos de vinte unidades. Para quem gosta de sushi, basta solicitar o que não leva ovo. Às vezes há também a tradicional proteína de soja agridoce, caramelada, congelada. Quem prefere pilotar o próprio fogão pode se arriscar a comprar o fungo preto, que vem prensado e desidratado em uma pequena caixinha com aspecto vintage. Depois de colocado na água, o fungo multiplica seu tamanho, e passa a ter um aspecto de repolho negro ou "orelha de alienígena", como já escutei. Ambas as feiras funcionam das 15h30min às 20h, aproximadamente, com preços sensivelmente abaixo dos supermercados e quitandas.
Cuba vista por Lisette Guerra
Inaugurou no dia 7, no segundo andar da Usina do Gasômetro, a exposição 'Cuba', da fotógrafa Lisette Guerra. O enfoque é a beleza natural e urbana daquele país caribenho, sua gente e suas peculiaridades. As fotos em exibição fazem parte de um livro homônimo, vendido no local a R$ 100, enquanto que "nas lojas está R$ 180", informa a atendente. Sem críticas sociais ou ideológicas, a mostra traz belas imagens, multicoloridas, e só. A exposição segue até o dia 14 de setembro, de terça a domingo, das 9h às 21h, com entrada franca.
11 de agosto de 2014
O Planeta Diário e a Casseta Popular em uma única biografia
Nos anos 80, e começo dos 90, fui um leitor voraz do jornal O Planeta Diário, do qual cheguei a ser assinante. Os autores seram os cartunistas Hubert, Reinaldo e Claudio Paiva, cujos textos superavam em muito o humor de seus desenhos. Eram referências múltiplas, trodadilhos inéditos, associações infames - como ilustrar uma 'reportagem' da Luiza Erundina com foto de Tom Jobim. Tudo dava um grande frescor ao humor brasileiro.
Concorrendo e colaborando, havia a revista Almanaque da Casseta Popular, que eu pouco lia. Achava meio nojenta e imatura, quando não simplesmente sem graça. Tanto que torci um pouco o nariz quando, anos depois, ambas as publicações se fundiram - epa! - para trabalhar na Rede Globo, inicialmente no TV Pirata. Até porque, com isso, o Planeta Diário passou a repetir matérias, até deixar de circular. Veio o disco 'Preto com um buraco no meio', Casseta & Planeta, e o resto é hist´roia.
História essa contada primorosamente por Guilherme Fiuza no livro 'Bussunda - A vida do casseta'. São 400 páginas que o leitor devora rapidamente. No meu caso, li 90 páginas de uma só sentada, quando um outro exemplar caiu nas minhas mãos. Autor de 'Meu nome não é Johnny', o jornalista conta a história da Casseta Popular e do Planeta Diário, tendo como eixo a vida de Bussunda, o mais carismático da trupe de humoristas. Aliás, apesar do título, o livro traz a biografia de todos os integrantes de ambos os veículos, e também dos agregados, que formalmente não eram considerados inegrantes, como Mu Chebabi e outros.
Cláudio Besserman Vianna havia acabado de ingressar no curso de comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e já matava aulas para ganhar uns trocados. De óculos escuros, o rapaz de 19 anos embarcava em lotações e pedia esmolas fingindo-se de cego - e de deficiente mental. Sua aparência contribuía para que os passageiros caíssem na farsa: barriga volumosa, cabelos desgrenhados e uma cara redonda na qual se destacavam os dentes saltados. O aspecto de quem não via um chuveiro fazia tempo dava a pincelada final no quadro. O golpista era Bussunda, figura marcante entre o fim dos 80 e 2006, quando morreu durante a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha, aos 43 anos.
A obra, nova e com frete grátis, está à venda na minha eshop no Mercado Livre, em http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-579711749-casseta-poular-planeta-diario-bussunda-biografia-zerokm-novo-_JM.
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