18 de setembro de 2014
Segue a sub-miséria para humanos e animais
Há uma lei em Porto Alegre que progressivamente restringe a circulação de carroças, assunto já exaustivamente debatido, inclusive os mecanismos de inclusão social dessa mão-de-obra. Mas há lugares que ainda fazem uso da tolerância, e não enxergam as consequências dessa vista-grossa. Geralmente há um acerto do carroceiro com o zelador / porteiro / vigia, o que lhe dá acesso interno a condomínios, para pegar o lixo seco que deveria ser entregue somente para a coleta seletiva. É uma migalha de esmola, que obviamente alivia mais a quem dá do que a quem recebe. Mais que uma ajuda, é a manutenção de um sistema injusto que causa degradação ambiental, escraviza homens e cavalos, e promove o trabalho infantil. Tudo isso bem longe das vistas de quem 'dá'. Estre flagrante foi na Bela Vista, no último dia 16.
O fim do último cinema de bairro
A derradeira sala de cinema fora do eixo dos shopping centers e espaços culturais acaba de fechar. O último cine de bairro ficava na rua Marquês do Pombal, próximo à Maryland. Era uma espécie de café / galeria, desconhecido até mesmo para muitos aficcionados pela sétima arte. Na calçada em que ficava o cartaz do filme exibido - geralmente obras francesas, películas cult, não-comerciais - agora está uma caliça. Nela, restos da desocupação do local, com placas, objetos, garrafas vazias, caxias, fiação e até alguns troféus de premiações. Melancólico.
A arte que não pára
Na rótula da Nilo Peçanha com a Carazinho, um artista de rua defende o sustento na rapidez do sinal vermelho. Nos segundos do farol fechado, ele precisa se poscionar, fazer sua micro-apresentação e rapidamente verificar se alguém vai lhe estender alguns trocados. Não há tempo a perder, nem para o descuido nem para o rebuscamento. Uma arte ao vivo, contra o relógio.
Uma Cristóvão só para pedestres
As obras que ainda estão sendo feitas na esquina da rua Dom Pedro II com Cristóvão Colombo tornaram esta via um passeio público. Se no lado de cá - para quem vai do Centro para o bairro - o trecho reservado virou estacionamento, o lado de lá passou a ser uma área de pedestres. No primeiro, há uma curiosa pasagem 'oficial' em meio a ruínas. No segundo, o que chama a atenção é o comércio fechado, com placas de 'alug-ase'.
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