8 de agosto de 2014

O poeta não morreu: vive em saraus de resistência



Tendo como pano de fundo a Usina do Gasômetro e seu pôr-do-Sol-cartão-postal, o Sarau Poético da Garagem dos Livros reúne poetas, músicos e aficcionados. Gente que milita pelas letras, que se expõe, "coração na mão / como um refrão de bolero", e que recita os próprios versos para uma plateia verdadeiramente interessada. Uma literatura de resistência, alheia ao balcão dos mais vendidos, aos nomes consagrados, aos editais de financiamento. Ali todos puxam cadernos escritos à mão, esforçados livros próprios, declamam poemas guardados na memória ou lêem trechos de autores favoritos. Cantou-se, houve violino como acompanhamento, e no ar era perceptível a cumplicidade frente ao escrito, ao sentimento saído do armário, palmas como cortina fechando cada pequeno ato.




O mestre de cerimônias é João dos Livros, poeta e livreiro, contador de histórias que a todos recepciona como velhos amigos. Um catalisador, que deixa todos tão à vontade para, em público, confessarem seus escritos. Para todos se manterem vivos. O Sarau Poético acontece toda segunda sexta-feira de cada mês, a partir das 20h, na rua General Salustiano, 214. Ali onde termina o Aeromóvel, e começa a rua dos Andradas. Livros e discos raros completam o ambiente. O telefone é 51-9971-0617, email joaodoslivros@terra.com.br.

Churros de uruguaio são guloseimas para veganos



Na rua Nova York, quase esquina com 24 de Outubro, há um carrinho de churros de um simpático senhor do Uruguai. "Hariña e agua", respondeu ao ser questionado sobre os ingredientes. Não usa banha, mantegia, ovos, e o resultado são churros macios. "Churro español", explica. É impossível comer um só. De recheio, há opção de goiabada - suave, não muito doce - para satisfazer a gula dos veganos.




Quem quiser levar alguns para casa pode providenciar um pote, pois os churros permanecem saborosos mesmo no dia seguinte. O senhor uruguaio ensina como esquentar no forno, o que segundo ele deixa os churros "más ricos" que os que ele frita na hora. Perguntado se era fã do presidente Jose Pepe Mujica, deu risada. "E tem como não ser?", retrucou em um portunhol que dava ainda mais sentido à frase. A banquina funciona de segunda a sábado, das 14h às 20h, e a unidade custa R$ 3.

Veja o poeta Maurício recitar 'Ironia' no Sarau Poético da Garagem dos Livros em 08/08/14


Usina do Gasômetro