23 de novembro de 2015
Da série Poesia em Metro: 'Um tiro em Adão'
grite adeus às grandes ilusões do passado
pontos-de-vista que não miravam o mesmo fim
o choro é branco, como leite derramado
o presente é belo, mas não é tão belo assim
às vezes dá vontade de se jogar no sofá o dia inteiro
às vezes dá vontade de jogar tudo pela janela, sofá incluso
se eu não gosto ou sou contrariado, fico todo mordido
não sou relógio digital, sou de ponteiro
hipnose na tv, o efeito em mim foi coceira
não consigo ficar de pé, nem sentado na cadeira
preciso de auxílio médico
preciso de botinhas ortopédicas
preciso de mais luz, para ler o que está escrito aqui
se o interfone tocar, mande dizer que já saí
vendi uns discos hoje, pra pagar o café
acabou o dinheiro, fui trabalhar a pé
estou cheio de tarefas, estou cheio de perebas
um tiro em Adão, outro tiro na Eva.
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